quinta-feira, 4 de abril de 2013

Resenha do livro: A Hospedeira

Por +Felipe Balthazar


"O fim justifica os meios", a frase de Maquiavel pode ter sido deturpada durante o passar dos tempos, mas se ela pode ser usada em um contexto, com certeza serva para o livro The Host (A Hospedeira). Peg e Ian, Melanie e Jared, no fim, Stephenie Meyer conseguiu dar uma solução para o quarteto. Agradando aos leitores que torcem desesperadamente por um desfecho positivo para seus personagens favoritos.

"Um livro viciado", como diz o título desta resenha, é uma referência, nem um pouco pessoal, a escritora Stephenie Meyer. Ela mal terminou de escrever a saga Crepúsculo e já se aventurou em outra história que poderá futuramente se tornar uma trilogia, que já tem até possíveis nomes: The Seeker (O Buscador) e The Soul (A Alma). Apesar da história ser totalmente diferente de Crepúsculo, A Hospedeira tem muitas coisas em comum quanto a escrita.



A personagem principal, Peregrina, alienígena que ocupa o corpo de Melanie Stryder, tem muito em comum com as protagonistas de outros livros da autora, como a Bella Swan da saga Crepúsculo e Bree Tanner de A Segunda Breve Vida de Bree Tanner: Uma História de Eclipse. Todas as três são tímidas, ficam em silêncio quando todos ao redor esperam uma atitude delas e principalmente; não se valorizam como pessoas. Tanto Bella, Bree e Peregrina acreditam que morrer pelo bem maior, pelas pessoas que amam ou por apenas acharem que estão atrapalhando o andar da vida das pessoas seria o correto.

Na página 311 do livro temos um exemplo. "A voz de Kyle fez os meus dedos apertarem a beirada do meu catre e uma onda de pânico me percorrer. Minha perna doeu. Eu poderia ir embora mancando? Lentamente, talvez...", pergunta-se com medo Peregrina após Kyle, depois de tentar matá-la e estar ao seu lado na caverna de Doc, o médico. Ao invés de pedir ajuda a alguém e falar a verdade a todos sobre o que o irmão de Ian tinha feito, Peregrina ficou quieta e protegeu Kyle como ele fosse alguém que merece isso. Estas e outras atitudes da personagem durante o livro são características viciadas da autora Stephenie Meyer presentes em todos os livros em que escreveu.

Cena do filme

Outro fator muito importante que observei no livro, lançado no Brasil pela editora Intrínseca, é o fato dele ser mal revisado. O tradutor Renato Aguiar e mais três revisores deixaram passar diversos erros de português, concordância verbal e de ponto e vírgula. Estes erros são notados na primeira edição comercializada no Brasil. A editora deveria fazer uma nova revisão caso lance uma nova safra dos livros nas bancas, o que deve ocorrer com o lançamento do filme do mesmo nome.

Outros itens abordados pela história é fazer o leitor pensar em como o ser humano é um 'animal', pois destrói a si mesmo e o planeta em que vive. É por este motivo que os alienígenas invadem a terra na história de Meyer. Almas são pacíficas e somente sobrevivem com um hospedeiro, sendo o motivo de invadirem os planetas. Porém existem humanos que não querem se entregar e se escondem da vista dos Buscadores (uma espécie de F.B.I do nosso mundo). A partir deste quesito desenvolve-se a história de A Hospedeira.


Stephenie Meyer

O romance de Melanie e Jared é interrompido quando Melanie é capturada pelos buscadores. Mas a alma que é colocada no corpo acaba apaixonando-se pela família da humana e larga o mundo pacífico das almas e vai atrás dos humanos rebeldes.

Spoiler a parte, quem tem interesse de ler A Hospedeira, deve estar preparado para encarar 557 páginas. O livro é grande e maçante em muitas partes, pois a autora detalha cena por cena (quem leu Crepúsculo sabe) Mas o final da história justifica qualquer parte do livro, ou seja, o fim justifica os meios.


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